tag:blogger.com,1999:blog-59495243397169792672024-02-20T04:04:23.858-08:00Da pele à florSandra Quintellahttp://www.blogger.com/profile/11886731788701936377noreply@blogger.comBlogger9125tag:blogger.com,1999:blog-5949524339716979267.post-75711366363919439152010-05-24T13:21:00.000-07:002010-05-24T13:53:36.114-07:00Doze abraços que ficam1. Abraço: O Confidente<br /><br />Toquei a campainha, e quando você abriu a porta, entrei na sala e em sua vida também. Não sei mais há quanto tempo foi, afinal o que é o tempo fora, quando temos um tempo sem relógios em nosso interior?<br /><br />Entrei como uma estranha que invade um território, com cautela, observando,tentando medir forças, mas sem medo, e com uma frase escondida no bolso: "Decifra-me ou eu te devoro!".<br />Não, não houve antropofagias. Havia o desejo de despojar-se, de desarmar-se , ou melhor, de voltar a amar-se, de querer se ver no olhar do outro. Ver novas cores através de um prisma diferente. Levantar o tapete, retirar a poeira acumulada. Varrer cinzas da memória.<br /><br />No início não quis de deitar no divã, sentei numa poltrona, e em silêncio desafiei sua paciência. Até quando eu iria resistir? Seu olhar enigmático não revelava. Não havia pressa. Afinal, foram anos de treinamento para libertar feras e em seguida amansá-las. Saber conviver com o lado obscuro, e com tudo aquilo que corrói e impede nosso caminhar.<br /><br />Quem dava as cartas? O desejo, o pulsar, a vida? Ou o medo do desconhecido, a morte sem vida antes, o nada? Você me sacudia, e eu me debatia. Era um duelo de palavras. A raiva, o choro, as lágrimas escorriam pelo chão e me carregavam, cada vez mais, para perto de você.<br /><br />Mergulhei de cabeça nas almofadas de seu sofá, abandonei meus medos, revelei segredos e fui criando laços.Tecia todos os dias, ponto por ponto, o<br />manto de Penélope. Mas à noite eu não destecia, pelo contrário, as descobertas e as revelações me deslumbravam e me faziam falar mais no<br />dia seguinte, compondo um mosaico de emoções.<br />E foi com esta palavra que eu presenteei as paredes de sua sala, e libertei<br />essa nova mulher.<br /><br />E quando chegou a hora de partir eu lhe pedi um abraço. Queria levar<br />comigo uma lembrança, um calor amigo, uma emoção repartida, um<br />momento que eu pudesse lembrar que, houve um tempo, um longo tempo que você dedicou a me trazer de volta à vida.<br /><br />Hoje, sabendo de sua perda, de sua dor, mesmo distante, abraço você com meu carinho, dedico meu tempo de saudade e essas palavras de gratidão.<br />Obrigada.Sandra Quintellahttp://www.blogger.com/profile/11886731788701936377noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-5949524339716979267.post-63934036408954100642009-12-31T07:48:00.000-08:002009-12-31T09:01:10.492-08:00RetrospectivaNeste fim de ano quando fazemos retrospectivas: os melhores do ano, melhor filme, melhor atuação, o melhor dos melhores, por que<br />não fazer uma retrospectiva do que a vida nos deu de presente, ou<br />em tempo, do que fizemos com o tempo que a vida nos deu? <br /><br />O que ficou daquela infância com gosto de pitanga e terra molhada,<br />das pipas que voaram de nossas mãos levando esperanças e sonhos <br />para um céu sem fim. Das tardes lentas, quando a chuva não parava, e era gostoso comer pão quentinho à beira do fogão a lenha. Em que parte de mim ficou tudo isso escondido,para que hoje eu saia a pescar no fundo do aquário da memória? Para onde fui depois daquela adolescência ora triste ora alegre, quando as roupas não não cabiam em meu corpo de menina, ora criança ora mulher ?<br /><br />E esse sentimento louco de primeiro amor, primeiro beijo, primeiras<br />descobertas de um sexo ainda tabu? Sobreviveu? Ou a vida foi<br />apagando, diluindo, não precisando, esquecendo até se tornar<br />lembrança no papel. <br /><br />Neste andar para trás, não quero lembrar perdas, mortes nem<br />partidas sem despedidas, os fim de caso, o amor transformado<br />em rotina. Não, nada disso vai me fazer sofrer de novo. É passado,<br />e quando não é bom, a gente esquece. Ou finge que esquece.<br />Não se pensa, não se relembra. Era, não é mais.<br /><br />Quero lembrar das coisas boas que chegaram de surpresa, sem que<br />pudesse imaginar, ou das quais lutei muito para obter. Quero lembrar de como costurei meu tempo, entre as pessoas que amei, cuidei e me entreguei com verdadeiro amor ou amizade.<br />Foram muitas tardes e noites, foi quando aprendi a exercer a paciência, gota a gota, num exercício de crescimento. O que deu impulso ao meu continuar. <br /><br />De tudo que recebi, o presente maior foi a vida - e depois<br />o de criar a vida: meu filho.Sandra Quintellahttp://www.blogger.com/profile/11886731788701936377noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-5949524339716979267.post-1707605818620598852009-12-01T16:41:00.000-08:002009-12-01T17:51:51.627-08:00Monólogo de uma mendiga no caisEu, que viajei pelo mundo/e nos portos imundos/não pude me demorar/
<br />diante do espelho/vejo meu rosto/meu corpo/ e pergunto,quem eu sou?
<br />Eu, que dos homens conheci sofreguidão e desejo/ o despir sempre a
<br />máscara,a roupa/ sem me realizar./Eu, que trago cicatrizes no útero, nos seios/ do que ficou desses amores sem vida./Eu, que centena de vezes abri a boca,pernas e braços/para acolher aqueles que em mim vieram buscar/ o prazer de um instante/ deixando em meu corpo/sêmen, tristeza, gemidos e agonia./
<br />Eu, que encostei meu rosto em travesseiros baratos/ porque ficar
<br />só era muito pior,/era possuir a tentação da morte/ a rondar minha
<br />falta de rumo./Eu, que adormeço para esquecer/ o dia de ontem/ que
<br />não quero saber da véspera/ amanhã é tudo de novo/ outro dia, quem
<br />sabe.../ Eu, que por medo da solidão/ saí à procura de um momento/
<br />e me atirei em qualquer abraço/ e deixei trancado à chave teu
<br />retrato/ memória ontem:/primeiro beijo/ primeiro homem/ primeiro
<br />sonho de menina/ que do amor só conheceu as letras/ nunca o signifi-
<br />cado./Eu, que virei as noites/ batendo de porta em porta/ à procura
<br />de um sentimento/ de um prato de sopa/ de um cheiro de pão na madru-
<br />gada amarga./ Eu, que da fome conheço um pouco/ porque o medo maior
<br />sempre foi ficar/ perdida/ ou morrer sem amor/ numa esquina sem nome./ Eu, que para não sofrer tudo isso/ralei meus dedos nos muros/
<br />abri meus pulsos/cortei as veias/ e vi jorrar nas poças da calçada/
<br />meu sangue-vida/ meu sangue herdado/ do amor cigano por sua amada./
<br />Eu, que não lembro nomes nem datas/ porque lembrar é sofrer de novo/
<br />e da maternidade conheci/ o ventre inchado/ e depois o sono fingido da morte/ éter/ anestesia./ Eu, que um dia rezei dentro de uma igreja qualquer/ e pedi a Deus que me desse conforto/ porque não
<br />acredito na paz/ e sentada no banco duro/ senti a presença da luz/ ouvi o canto da Ave-Maria/ até não poder mais,/ e em seguida voltei
<br />às ruas/ segui meu rumo vagabundo/ o bar./ Lá, onde o álcool aquece
<br />bocas/ amortece sentimentos/ e deixa na alma a sensação/ de agora
<br />sou outra/ uma nova mulher./Eu, que ainda tenho esperança/ de um dia
<br />me aposentar/ dos vícios e das ruas/ mas que já nem sei mais quem sou/ e por isso escrevo cartas a mim mesma/e quando termino/ rasgo
<br />tudo o que sobrou de mim/ porque reler seria sentir novamente/ o
<br />que vomitei no papel./ Eu, que não sei mais a diferença/ entre alegre e triste/ e quando começa a noite/ nem sei que terminou o
<br />dia/ o mês/ o ano./ Vivo e sobrevivo/ o tempo já não conta./ Eu,
<br />que em meus delírios/ vejo um amontoado de rostos/ milhares de bocas
<br />a me sugar/ a me chupar/ a arrancar de meus seios/ o prazer efêmero do instante/ e depois me afastar/ me empurrar para o lado./ Então,
<br />saio correndo/ rondo a noite/ louco prazer/ vago instante./
<br />Esqueço tudo num trago/ de cigarro vagabundo/de uma birita qualquer/
<br />tudo que possa amortecer a queda/ e me fazer esquecer quem sou./Eu,
<br />que agora só conheço a dor/ já nem quero mais chorar/ porque chorar seria o mesmo que ter pena de mim/ enfraquecer/ e não poder mais
<br />continuar/ porque chorar seria lamentar/ o que de mim eu fiz/ seria pedir perdão/ ter que me modificar/ ou começar de outra maneira/
<br />recomeçar por onde não sei/ ou nunca tentei ousar./ E, então eu me dou conta/ que já nem me lembros do começo/ o que me arrastou/ e
<br />qual a corrente que ainda me segura./ Sei apenas que estou solta
<br />no ar/ esperando a queda final/ esperando o último impacto/ numa
<br />pedra qualquer./ Um gesto qua vai nascer sem eu querer/ um grito/
<br />um espasmo no corpo/ gemido de morte./ E todos esses sons martelam
<br />em minha cabeça/ feito moto-contínuo./ Não consigo mais parar/ nem que o pensamento se acalme/ ou minha mão pare de escrever./ E,cada
<br />palavra que jorra/é a única forma de me perpetuar nestes papéis em
<br />branco/ lençóis macios para minha pena./ E, quando vejo a vida escorrer/ fora de meu alcance/ penso o que seria mudar de rumo/ soprar o vento/ e seguir por outra estrada qualquer./ Nesta ciranda
<br />indiferente/ eu só preciso de um gesto/ de uma palavra amiga/ ou
<br />quem sabe/ um sonho/ como os filmes de antigamente/ como as tardes
<br />de ontem/ como os dias que não voltam mais./Tenho medo que esta vela acabe/ antes que eu termine/ tenho medo do escuro, da insônia,/
<br />tenho medo de pensar longe/ medo de querer ser outra/ de tentar aprender a ser alguém/ e começar de novo/ uma outra vida/ sem nada
<br />nos bolsos/ nenhuma bagagem além da vida que passou/ e que ainda trago amarrada aos meus pés/ e tenho medo, por último,/ de me sentir
<br />livre/ de caminhar/ de correr nos campos de infância/ de voltar
<br />para casa/ de bater a porta/ de pedir socorro/ de pedir perdão/
<br />de gritar: Eu Existo!/ Tenho o medo terrível de tentar ser outra/
<br />e de não saber mais como é ser outra/ e então tenho vontade,pela
<br />primeira vez/ de não rasgar nada/ de reler/ de me ver no papel/ de ver gravados meus delírios/ e, depois, tenho medo de levar um susto/
<br />e voltar a chorar./ Lá fora amanhece o dia/ outro dia sem nome/ em
<br />mim, a noite continua/ e quando esgotar meu tempo/ e quando vier o sono/ e quando o papel acabar/ e quando a vela se consumir/ tudo
<br />vai passar/ vai desaparecer/ como uma cortina mágica que se abre./
<br />E meus olhos vão receber o sol/ e meus ouvidos,o canto dos pássaros/
<br />e meu suor escorrerá pelo meu corpo/ e eu serei apenas uma mulher
<br />sentada à beira do cais/ cansada/ a escrever/ a escrever/ a escrever
<br />feito escrava/ tudo que sufoca e pesa./ Enrolo os papéis/ e lanço
<br />ao mar,/ dentro de uma garrafa/ esta última mensagem de náufraga.
<br />
<br />Novembro de 1995
<br />
<br />Sandra Quintellahttp://www.blogger.com/profile/11886731788701936377noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-5949524339716979267.post-10259571181823408442009-11-14T06:14:00.000-08:002009-11-15T09:17:28.104-08:00Palavras ao ventoEu que exauri o sentido da lógica, lapidei formas intransitivas,<br />agora vejo-me confinada em silêncio consentido.<br /><br />Mas neste momento quero falar, falar como se fosse a primeira vez,<br />ousar com a boca o que vem do coração, sem as censuras de mim mesma<br />atropelando emoções, lógica, pensamento.<br /><br />Libertar meu espírito, ser poeta sem fronteiras, dar em palavras<br />o peso da vida, o som da morte adiada, as cores do renascer.<br /><br />Recomeçar como se fosse manhã, acordar para uma nova vida,<br />esquecer quem fui ontem e ser intensamente.<br /><br />Quero me entregar ao mundo dizendo simplesmente:<br />Esta mulher sou eu, minha face afiada.Sandra Quintellahttp://www.blogger.com/profile/11886731788701936377noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-5949524339716979267.post-75367639816813965432009-10-21T11:27:00.000-07:002009-10-21T11:39:21.001-07:00Palavra viajantevai palavra<br />sai de mim<br />e segue seu destino de mulher<br /><br />água doce <br />corre<br />no leito do rio<br />toca<br />as margens,o limite,o profundo<br />vence<br />o desafio das curvas<br />sem saber o que vem depois<br />continua<br />navegando obstáculos da sintaxe<br />ora correnteza<br />ora calmaria<br />pule<br />as pedras do caminho<br />e se alimente do limo<br />- macia esperança -<br /><br />desague<br />enérgica cachoeira<br />que ao tocar a terra<br />amolece os corações<br /><br />seu ponto de chegadaSandra Quintellahttp://www.blogger.com/profile/11886731788701936377noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-5949524339716979267.post-92058849171704474662009-10-16T18:14:00.000-07:002009-10-17T10:52:41.090-07:00Amor aos pedaçosarranco palavras<br />uma a uma<br />fio por fio<br />e no destecer contínuo<br />jogo tudo no chão:<br />frases<br /><br />pontos e vírgulas<br />deste amor aos pedaços<br />que não posso remendar<br /><br /><br />piso nas lembranças<br />sangro meus pés<br />rasgo tudo que do amor<br />foi papel:<br />cartas<br />poemas e retratos<br /><br /><br />sento na soleira da porta<br />e começo a chorarSandra Quintellahttp://www.blogger.com/profile/11886731788701936377noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-5949524339716979267.post-82533666690066491942009-10-15T14:53:00.000-07:002009-10-16T16:51:13.217-07:00Cinco SentidosO reencontro foi acidental, numa rua qualquer, numa hora sem nome, num dia que poderia ser qualquer um, nada disso era importante, o que valeu mesmo foi aquele instante, em que mesmo de longe eu vi seu corpo caminhando em minha direção, como tantas outras mil vezes ele havia feito. Só que agora, não eram alguns passos que nos separavam, eram vinte e cinco anos, quase bodas de prata de separação.<br /><br /><br />Naquele instante eu via não só o homem que um dia foi muito amado por mim, mas o tempo que havia passado sobre nós, as marcas, as mudanças, e eram tantas, que de minha parte mesmo que eu quisesse contar, mil e uma noites não bastariam.<br /><br /><br />Ele foi se aproximando, sem pressa, em seguida um sorriso de alegria e boas vindas. Segurou minhas mãos, e havia naquele toque o mesmo calor de antigamente, como se ele ainda mativesse a mesma temperatura de outrora. Depois, me abraçou longamente, descontando uma saudade<br />antiga que, a medida que ele apertava minhas costas, ia se desprendendo de nós e trazia alívio pelo amor contrariado um dia.<br /><br /><br />Quando me soltou, falou emocionado, primeiro como se fosse um segredo, bem perto de meu ouvido: "quanto tempo, quanta saudade..."e começou a fazer as perguntas comuns que fazemos a quem perdemos de vista. Sua voz mantinha o mesmo timbre rouco, emocionado e tão querido.<br /><br /><br /><br />Mesmo que tivesse sido breve, o nosso abraço, em minha memória voltou aquele perfume de colônia inglesa; ele continuava fiel a Yardley, sempre conservador, sempre elegante, sempre ele mesmo. A vida não tinha maltratado seu compasso.<br /><br /><br />Na despedida, uma leve ousadia, um roçar de lábios, um selinho, como a garotada costuma dizer, e de novo senti aquele hálito de pipoca em sua boca, aquele gosto de passado, de beijinhos roubados na sessão de cinema, aos sábados.<br /><br /><br />Da mesma forma que surgiu, desapareceu dobrando uma esquina qualquer da vida, daquela vida que um dia eu disse não, mas ficou gravado em todos meus cinco sentidos um tempo que foi alegre, e eu tão jovem.<br /><br /><br />Faz parte da bagagem.Sandra Quintellahttp://www.blogger.com/profile/11886731788701936377noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5949524339716979267.post-71434320396415870822009-10-13T07:34:00.000-07:002009-10-17T08:35:49.525-07:00Carne VivaJá não escrevo poemas<br />falo de improviso<br />loucuras do coração<br /><br />e se mergulho no verde de tuas águas<br />não mais vejo teus olhos<br />lembro teus beijos um dia<br />roubados numa noite qualquer.<br /><br />Recordo as Estações de Vivaldi<br />quebrando o silêncio do quarto<br />e nos partindo em dois.<br /><br />Ao longe tua voz pausada e doce<br />envenenando meus ouvidos<br />pela culpa do prazer sentido<br />e não mais repetido.<br /><br />E lembro o tempo que passou<br />sobre o tempo que nos machucou.<br /><br />Hoje, tantas perdas e derrapagens<br />tantas mortes depois...<br />não sou palavras nem metáforas<br />sou emoção.<br /><br />E quando mergulho em teus olhos<br />não mais contemplo a superfície<br />vejo tua alma despida<br />desamparada criança<br />homem perdido<br /><br />Então, fecho meus olhos<br /><br />desvendar-te seria possuir<br />teus mistérios<br />mais uma vez<br />sem permissão.Sandra Quintellahttp://www.blogger.com/profile/11886731788701936377noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-5949524339716979267.post-29232088290914006002009-10-11T09:52:00.000-07:002009-10-11T09:56:06.133-07:00Síntesefebre de conhecer caminhos<br />viajando sentimentos na pele<br />sabendo<br />o que não ousamos perguntar<br />descobrindo<br />com a ponta dos dedos<br />tudo que é sensível<br />suor é mel<br />perfume: veneno<br /><br />desejo de percorrer frestas<br />cheirando fruto<br />mordendo a carne<br />cavalgando teu corpo<br />no ato simples de se lançar<br />sem medo dos limites<br />esticando<br />nervos pernas troncos e braços<br />movimento liberto no espaço<br /><br />delírio de ser no outro<br />a respostaSandra Quintellahttp://www.blogger.com/profile/11886731788701936377noreply@blogger.com2