esta mulher que caminha em mundos paralelos
entre indiferença e rotina
sente vontade de juntar na alma pedaços antigos
palavras
que saem da memória
tomam forma no papel

sua carne sua sede sua coragem
sua face afiada

da pele à flor

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Palavra viajante

vai palavra
sai de mim
e segue seu destino de mulher

água doce
corre
no leito do rio
toca
as margens,o limite,o profundo
vence
o desafio das curvas
sem saber o que vem depois
continua
navegando obstáculos da sintaxe
ora correnteza
ora calmaria
pule
as pedras do caminho
e se alimente do limo
- macia esperança -

desague
enérgica cachoeira
que ao tocar a terra
amolece os corações

seu ponto de chegada

3 comentários:

  1. "navegando obstáculos da sintaxe
    ora correnteza
    ora calmaria
    pule
    as pedras do caminho"

    Que córrego é esse, senão a vida, não é?
    Adorei, Sandra!

    Beijo

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  2. Adorável a maneira como você trata as palavras, dando-lhes as propriedades organolépticas: peso, extensão, cor, densidade, materialidade.

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  3. Maravilha de poema!
    Leve...fala com tanta leveza, desse que é um processo tão intenso.
    Lindo!

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